SECRETO SUICÍDIO
Olho-te através da poalha doirada do rosto. Sei que é a primeira vez, que não conhecias a dor desta morte. Digo-te que desistas deste secreto suicídio.
Falas do sentimento que nasceu de um erro e afasto o lençol para ver a cor fulva no centro do teu corpo. És desconhecida de ti.
Não é possível reconhecer a penetração de um corpo. Ninguém sabe exactamente onde o seu corpo penetra outro, nem que parte do espírito é atingida ao fixar um rosto.
Isabel de Sá, in Palavras Amantes, & etc, Lisboa, 1993
Sem comentários:
Enviar um comentário