domingo, 19 de fevereiro de 2017

SECRETO  SUICÍDIO

Olho-te através da poalha  doirada do rosto. Sei que é a primeira vez, que não conhecias a dor desta morte. Digo-te que desistas deste secreto suicídio.
Falas do sentimento que nasceu de um erro e afasto o lençol para ver a cor fulva no centro do teu corpo. És desconhecida de ti.
Não é possível reconhecer a penetração de um corpo. Ninguém sabe exactamente onde o seu corpo penetra outro, nem que parte do espírito é atingida ao fixar um rosto.


Isabel de Sá, in Palavras Amantes, & etc,  Lisboa, 1993

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