ASSIM VAI O MORTO
Bebo água no calor da tarde,
tu fotografas agora o retrato
daquele que foi suicidar-se a Paris.
Papel vegetal, cartão prensado,
papel de embrulho, um fio.
Assim vai o morto
para uma editora da capital.
Aqui não há nada, dormir
e comer, um passeio à Foz.
A vida nocturna passa-se nos bares
e na rua os catraios
parecem voar nos carros dos pais.
Isabel de Sá, in Poetas Suicidas, & etc, Lisboa,1993
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