terça-feira, 31 de janeiro de 2017


DENTRO DAS IMAGENS
 
Os poemas têm veneno na boca.

Na estrada da minha vida
plantei a árvore
sem saber quem era.

Em que parte do planeta
há mais ódio? A matéria
erosiva transforma o corpo
e não há regresso. Não
restará um monte de estrume.

Em todo o lado
parece que o mundo em desordem
pouco a pouco enlouqueceu
e os homens atam a corda
à espera que aconteça.

São infelizes
mas não o suficiente.
Não sabem dizer
por que se esquecem de amar.




Isabel de Sá, in RESUMO, a poesia em 2009, edição Assírio & Alvim. Poemas escolhidos por José Alberto Oliveira, José Tolentino Mendonça, Luís Miguel Queiros, Manuel de Freitas. (o poema de Isabel de Sá foi escolhido por Manuel de Freitas).
 

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